Quinta, 24 de novembro de 2016





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mídia especial



INCRÍVEL, É MISTERIOSA A POSTURA
DA RECORD RS NO "CASO BARBARÁ"



O repórter Luiz Barbará



Vejam isso:

http://www.rederecordrs.com.br/balanco-geral-rs/videos/detentos-aplicam-golpe-e-ficam-soltos-18112016


Agora, leiam este email que o repórter Luiz Barbará enviou aos seus colegas da TV Record RS:

Colegas,
Como os cinegrafistas e auxiliares recebem um tratamento diferenciado dos demais funcionários da empresa e não possuem email corporativo, escrevo aqui também para eles e para os outros que infelizmente não possuo contato...
Como vocês podem ter visto eu não estou mais na escala, embora permaneça funcionário da emissora. Isso pelo menos até chegar a notificação judicial do meu pedido de demissão. Esse fato que eu jamais gostaria que acontecesse veio a partir do momento em que não tive apoio dos gestores da TV Record RS quando mais precisei.
Vocês sabem que na última quinta-feira eu fui cumprir ordens da redação da TV Record RS para gravação de uma pauta em uma fábrica de calçados em Sapiranga para tentar revelar uma fraude. Pois bem, lá o dono da fábrica trancou eu e o cinegrafista por cerca de 45 minutos, fez ameaças, nos constrangeu, pegou à força a câmera da TV Record RS que depois foi apreendida pela Brigada Militar (ferindo gravemente a liberdade de imprensa).
Com medo, como acredito que teria qualquer pessoa que passasse por essa situação, pedi ajuda da empresa de pelo menos o departamento jurídico me acompanhar até uma delegacia de polícia para registrar um B.O. Não fui atendido.
24 horas depois do fato fiz o mesmo pedido. Recebi a resposta que até o fim do dia o departamento jurídico da empresa entraria em contato comigo. O que não aconteceu.
Para minha surpresa, a matéria exibida no Balanço Geral não apresentava o trecho em que o dono da fábrica ameaçava abertamente a equipe.
Não bastasse isso, os apresentadores da casa se privaram de comentários mais fortes sobre o fato. No mínimo estranho, pois até em situações fictícias criadas na redação, sempre houve a defesa do repórter e equipe. Dessa vez não.
Me intrigou também uma redação que prega tanto o jornalismo verdade, a liberdade de imprensa, o combate a censura, não comentar sequer um segundo o fato da câmera da empresa ter sido apreendida pela Brigada Militar. Os seguranças da tal fábrica que nos coagiram e nos ameaçaram tiveram os rostos preservados. E sequer também foi comentado que o delegado de polícia de Sapiranga não quis registrar o B.O (um caso claro de prevaricação). No mínimo tudo muito estranho.
Baseado nas situações que eu equipe passamos que estão configuradas nos artigos 146, 147 e 148 do Código Penal Brasileiro, 96 horas depois do fato ainda insisti como meu direito de funcionário e procurei novamente a empresa em busca de ajuda. Abaixo um trecho da resposta que obtive do departamento jurídico:
"TENDO EM CONTA QUE O CRIME RELATADO FOI PRATICADO CONTRA A SUA PESSOA, NÃO POSSUI A EMISSORA O DIREITO/LEGITIMIDADE PARA DEFENDÊ-LO OU EXERCER O DIREITO QUE LHE ASSISTE NA CONDIÇÃO DE VÍTIMA".
Vejam bem. A mesma empresa que mandou que eu fosse cumprir a pauta que originou tudo isso é a mesma empresa que diz que não pode me proteger. Que o crime existente foi contra o Luiz Barbará pessoa, e não o Luiz Barbará que estava com o crachá e o microfone da TV Record.
Isso foi o basta. Por isso colegas, se cuidem, se protejam.
A gestora do RH hoje quando fui falar com ela ainda fez piada com o caso e me perguntou: "pq tu não deu uns karate neles?". Total falta de respeito, consideração e preparo para um cargo de tamanha importância.
A chefe de redação sequer conversou comigo sobre o fato, alias ela não fala, ela não responde email-s, um sinal claro de assédio moral.
Mas nem tudo é ruim. Tenho um orgulho enorme dos meus colegas corajosos que fizeram parte de uma paralisação legítima, honesta, pacífica e correta que trouxe algumas mudanças na questão administrativa, mas infelizmente na pessoal ainda caminha em passos lentos. Mas lutamos e fizemos voltar alguns direitos adquiridos.
Tenho uma felicidade enorme que última reportagem minha a ser exibida na emissora foi no Domingo Espetacular, o programa jornalístico de maior audiência na TV Record. Uma pauta autoral que tinha sido oferecida em 2013 para a chefe de redação, mas ela negou. Alias, a pauta do Fumo que também foi destaque no Domingo Espetacular e depois serviu de base para matérias da BBC, UOL e TV Globo também tinha sido negada pela chefe de redação em 2013.
Mas felizmente consegui o meu espaço, tive grandes e boas oportunidades com a TV Record SP. Fui tratado com respeito, me ouviram, me deram retorno. O mesmo posso dizer da experiência na TV Record RJ onde nunca tive um problema sequer no período em que estive lá.
Saio mais uma vez da TV Record RS consciente que o problema não é a instituição, mas sim as pessoas que a gerem.
Ainda é possível mudar e tornar essa emissora um lugar feliz e justo. Eu acredito que existem aí pessoas capazes de fazer isso.
Agradeço o apoio daqueles que me deram força e apoio.
Abram os olhos e se cuidem. A vida de vocês e a instituição de mais de 60 anos TV Record são muito maiores e importantes do que essas pessoas que estão acabando com estes patrimônios.




8 comentários:

  1. Minha solidariedade ao Barbará. Às vezes essas pautas têm a ver com o comercial.

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  2. Atenção, Sindicatos dos profissionais de imprensa.
    Façam algo ou só existem para defender a esquerdalha e seus saqueadores????

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  3. Parabéns Luiz Antonio Barbará, pela coragem, postura e atitude demonstrada em todo o episódio. E marcando sua carreira jornalística com respeito aos princípios aprendidos de sua família, principalmente seu pai.

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  4. E as entidades ditas de classe, como ARI e o tal Sindicato dos Jornalistas, dizem o que? Ou nem sabem o que ocorreu, distraídas com o "pacote" de Sartori. Até uma barbaridade dessas leva o jeito da impunidade. Pobre Estado.

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  5. ISSO É SÓ O RETRATO DE UMA.(((((PSEUDO))))).EMPRESA.(((((CHINELONA))))).SENSACIONALISTA, QUE SÓ ENTENDE DE IGREJA E.(((((DÍZIMO))))).QUE, MUITÍSSIMO INFELIZMENTE, SE INSTALOU AQUI NO RS EM 2007. FICO PENSANDO QUE SE ESSE PAÍS FOSSE SÉRIO, EM QUE LUGAR ESTARIA AGORA, O TAL DE.(((((EDIR MACEDO))))).AUTÊNTICA, MÁXIMA, SUPER E TOAL.(((((VERGONHA!!!!!))))).

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  6. Luiz Antonio Barbará, não é apenas um repórter corajoso, mas um jornalista com ideais, um colega sincero, íntegro que luta pela verdade.Então que a verdade apareça e que a justiça seja feita.

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  7. Bah, só agora li essa barbaridade (não, não é trocadilho). O que posso dizer é, além de TODA A SOLIDARIEDADE ao repórter Luiz Antônio Barbará, é que isto está longe de ser um problema da Record RS e que é mais comum que se imagina quando se trata de averiguar denúncias, fraudes, problemas enfim, que envolvam FÁBRICAS DE CALÇADOS NO VALE DO SINOS. Sim, é uma questão BEM ESPECÍFICA. Chefias de redação terem rabo preso com comercial, seja em Porto Alegre, seja em NYC, sempre vai haver. Infelizmente, faz parte. Mas os calçadistas do Vale do Sapateiro é um caso mui específico. Se é verdade que o calçado trouxe riqueza ao vale e ao sopé da Serra, tb é verdade que muitos (e não foram poucos) mandaram e desmandaram não apenas nestas cidades, mas alhures, de forma nada republicana. Muita gente sabe do que estou falando.

    Este triste fato vem mais uma vez confirmar o que muitos conheceram na carne. Há uma máxima no jornalismo que está cada vez mais sendo posta de lado: a de desconfiar sempre do que é dito. Sempre. Porque pode haver algo por trás. Isso na relação profissional-fonte. Mas tb é uma verdade absoluta que se deve sempre se DESCONFIAR do que é dito....inclusive por aqueles que são colegas, mas ocupam cargos de chefia. É triste, eu sei, mas é necessário, e mais do que nunca imperioso nestes tempos cínicos em que vivemos.

    Assim, é difícil mensurar onde ocorreu a maior violência: se na fábrica em Sapiranga ou na redação da Record RS. O perigo e o medo fazem parte da profissão no ambiente externo. Mas tb no interno.

    Lamentável o ocorrido e que, provavelmente, não será o último caso de assédio na profissão por estes pagos. Para meio entendedor, boa palavra basta.

    Força Barbará! Ninguém pode te tirar a tua correção, tua ética e tua pureza num mundo de impuros, mesmo quando se está, teoricamente, entre semelhantes.

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